terça-feira, 19 de abril de 2011

Secou a fonte

Secou a fonte, bicho...
meu medo esconde tudo que eu ainda tinha pra dizer.

Me sinto um lixo, bicho...
coisas tão simples e eu não sei o que fazer.

Mulheres não tem merecido meus versos
e o tempo passa sem graça, sem cores, hi e bye-bye.
Nada me toca, nada me tira da toca,
vivo com a barba por fazer.

Me olhei no espelho outro dia e já me vi tão velho,
me deprimo à toa a alguns dias, não sei mais me manter cego.

Tudo me incomoda, gente velha, nova e morta,
não suporto ouvir a moda, preciso mesmo me mudar...

Quem sabe de planeta, tomara que ela não se intrometa,
nem me diga o que devo fazer...

Quero meu pôster do Pacino e minhas revistas de sacanagem,
quero tudo que meu mundo me ensinou...

Quero a prancha e o john no armário,
o Dvd do Romário e meus vinte e poucos anos pra correr.

Me deixa viver, me deixa ver a vida em um segundo se acabar,
um suspiro e um sonho, um caixa, troco e esmola,
Rio á dentro vou só por andar e perco as horas.

Secou a fonte, bicho...
meu medo esconde tudo aquilo que eu ainda tinha pra dizer.

Me sinto um lixo, bicho...
coisas tão simples e eu não sei o que fazer.

Andei meio sem tato por aí...
mas agora quero meu mundo de volta,
não quero esperar as voltas que dizem que a vida dá.

É tudo um retrato em branco e preto,
e feliz é o ócio, o sossego que tanto demorei pra conquistar...

Quero tardes e pé pro alto, ir na pedra e dar um salto,
minha parede pintada de verde...

Quero chamar o que é meu, de meu!

Dizer bobiou perdeu,
agora não da mais...

Secou a fonte, bicho, a paciência acabou.

Secou a fonte, bicho, acho que eu não sei mais falar de amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário