Secou a fonte, bicho...
meu medo esconde tudo que eu ainda tinha pra dizer.
Me sinto um lixo, bicho...
coisas tão simples e eu não sei o que fazer.
Mulheres não tem merecido meus versos
e o tempo passa sem graça, sem cores, hi e bye-bye.
Nada me toca, nada me tira da toca,
vivo com a barba por fazer.
Me olhei no espelho outro dia e já me vi tão velho,
me deprimo à toa a alguns dias, não sei mais me manter cego.
Tudo me incomoda, gente velha, nova e morta,
não suporto ouvir a moda, preciso mesmo me mudar...
Quem sabe de planeta, tomara que ela não se intrometa,
nem me diga o que devo fazer...
Quero meu pôster do Pacino e minhas revistas de sacanagem,
quero tudo que meu mundo me ensinou...
Quero a prancha e o john no armário,
o Dvd do Romário e meus vinte e poucos anos pra correr.
Me deixa viver, me deixa ver a vida em um segundo se acabar,
um suspiro e um sonho, um caixa, troco e esmola,
Rio á dentro vou só por andar e perco as horas.
Secou a fonte, bicho...
meu medo esconde tudo aquilo que eu ainda tinha pra dizer.
Me sinto um lixo, bicho...
coisas tão simples e eu não sei o que fazer.
Andei meio sem tato por aí...
mas agora quero meu mundo de volta,
não quero esperar as voltas que dizem que a vida dá.
É tudo um retrato em branco e preto,
e feliz é o ócio, o sossego que tanto demorei pra conquistar...
Quero tardes e pé pro alto, ir na pedra e dar um salto,
minha parede pintada de verde...
Quero chamar o que é meu, de meu!
Dizer bobiou perdeu,
agora não da mais...
Secou a fonte, bicho, a paciência acabou.
Secou a fonte, bicho, acho que eu não sei mais falar de amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário