segunda-feira, 11 de abril de 2011

Fases

Eu quero um pouquinho de céu, amigo,
eu quero os segredos da noite pra mim.

Noite rouca, de maus-tratos,
aos berros no jardim de alá, enterro sentimentos
e alterno camisetas e ternos, sem lamento.

Dia ruim de cansaço
aos prantos no chão do quarto, semeio sentimentos mortos
e alterno tiros e tragos, com copos.

Nesse rio nada mais me encanta
e os vários quadros na parede,
esses tapas e tapetes falsos como nota de três.

Não sei se duro mais um mês,
nesse mundo que criei pra mim,
entre a sala e o quarto, entre o bar e o mar,
as vezes é muito bom errar de lar.

Noite rouca de maus-tratos,
e se ando caindo por aí, é por que tenho apreço pelos ratos.
Ouço as pedras e tudo o que elas dizem,
os resmungos, rancores guardados, das pisadas mal dadas,
e ainda tenho tempo de sentir pena dos que conhecem a dor,
de querer dizer e não saber falar de amor.

Dia ruim, de cansaço,
e ela me enche a paciência, não quer mal dadas,
quer mãos dadas e tudo com amor.

Andando e caçando sempre um algo mais,
um canto a mais pra cantar...

Nesse rio, vivido do leme ao pontal, do baixo ao redentor,
rio eterno rio, rio de fases, rio de amor.

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